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Exposição de verão desafia conceito de abstração

02 de Julho de 2019

A exposição "Contra a Abstração", organizada a partir das obras da Coleção da Caixa Geral de Depósitos (CGD), realiza-se de 6 de julho a 27 de outubro de 2019, no Centro de Artes de Sines (CAS). A inauguração tem lugar dia 6 de julho (sábado), às 17h00.

Com curadoria de Sandra Vieira Jürgens, a exposição estrutura-se em torno de um dos principais conceitos do discurso comum da História da Arte: o abstrato. Não obstante o título colocar a abstração sob crítica e suspeita, esta exposição propõe um exercício de debate, de ativação de uma linguagem que oscila continuamente entre momentos de crise e superação, criando um espaço de revisão alargada e análise plural e multidirecional do conceito, a partir de um núcleo abrangente de obras da Coleção da Caixa Geral de Depósitos.

Em perspetiva estão os cânones referenciais, mas também a diversidade e o ecletismo, expressões de renovação, comportamentos de ordem social, política e estética, ideais e estratégias quanto ao papel da arte nas sociedades, assim como as perceções socioeconómicas e culturais das dinâmicas comunitárias e do poder.

Acima de tudo, “Contra a Abstração” deseja abrir portas e suscitar novos interesses e leituras, propondo trabalhar o conceito segundo derivações, apêndices e extensões que se apresentam como núcleos expositivos: Círculo Dialético; Abstração Eclética; Laboratório Moderno; Contracampo; e Espaços Comuns.

A exposição é composta por obras de Álvaro Lapa, Ana Hatherly, Ana Jotta, Ana Maria Tavares, Ana Miranda Rodrigues, Ângela Ferreira, Ângelo de Sousa, António Ole, António Palolo, Bartolomeu Cid dos Santos, Bruno Pacheco, Cruzeiro Seixas, Dick Arentz, Edgard de Souza, Eduardo Batarda, Ernesto de Sousa, Espiga Pinto, Fernanda Fragateiro, Fernando Calhau, Gerardo Burmester, Godfrey Frankel, Isabel Pons, Jac Leirner, Joana Vasconcelos, João Paulo Feliciano, João Penalva, Joaquim Bravo, Joaquim Rodrigo, Jorge Pinheiro, José Loureiro, José M. Rodrigues, José Pedro Croft, Júlia Ventura, Kees Scherer, Leonor Antunes, Luís Demée, Man, Manuela Almeida, Manuel Viana, Nadir Afonso, Pedro Cabrita Reis, Pedro Casqueiro, Pedro Diniz Reis, Pedro Portugal, Peter Fink, Pires Vieira e Rui Sanches.

Uma parceria entre a Culturgest e a Câmara Municipal de Sines, a exposição "Contra a Abstração" pode ser visitada de segunda a sexta, das 14h00 às 20h00, e aos sábados, domingos e feriados, das 14h30 às 20h00. A entrada é gratuita.

 

A Coleção da Caixa Geral de Depósitos

Os primeiros passos dados para a constituição de um acervo de arte na Caixa Geral de Depósitos remontam a 1983, com as aquisições decorrentes de um conjunto de orientações da sua Administração. Passada uma década, após uma análise ao acervo até aí reunido, bem como às diversas coleções de arte públicas e institucionais existentes em Portugal, passam a privilegiar-se, de entre outros critérios, a produção artística posterior à década de 1980, sem deixar de se manter uma atenção à oportunidade de inclusão de obras anteriores, de artistas cuja consagração tenha ocorrido nos anos 60 e 70.

Na viragem para o ano 2000, o âmbito colecionista integra um sentido mais vasto da expressão da ‘lusofonia’: para além da arte portuguesa, passa a dar-se uma atenção especial à arte contemporânea produzida no Brasil, Moçambique, Angola e Cabo Verde. E após 2004, as aquisições procuram uma compreensão e contextualização de carreira, com mais obras de um mesmo artista a serem reunidas na Coleção.

A partir de 2006, é atribuída à Culturgest a responsabilidade pelo estudo, gestão, divulgação e conservação das cerca de 1800 obras de arte da Coleção da CGD, incluindo pintura, escultura, desenho, fotografia, vídeo, instalação e gravura.